sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A Sola Scriptura é Auto-Refutável?


Eu já lidei com os argumentos mais usados pelos romanistas contra a Sola Scriptura (aqui). Hoje pretendo abordar uma objeção específica. Os católicos afirmam que a Sola Scritpura refuta a si mesmo pois a própria Escritura não ensina a ideia. Geralmente, os protestantes respondem atacando a premissa e apontam textos em que a Escritura ensina sua própria suficiência material e formal. Eu acredito que o princípio reformado é ensinado na Escritura de forma implícita. Com isso quero dizer que não há um texto que diga “a Escritura é a única regra infalível de fé”, mas há uma série de textos que reunidos implicam no princípio reformado. Esse é o caso para vários outros ensinamentos bíblicos – a trindade é um exemplo. Não há um texto que diga “Pai, Filho e Espírito Santo formam uma trindade”. Todavia, se reunirmos tudo o que a Escritura diz sobre as três pessoas, a implicação é o ensinamento da trindade.

Eu gostaria de responder a objeção nos seus próprios termos. Ainda que a Sola Scriptura não estivesse implicitamente na Escritura, a objeção romana é falsa. Ainda assim, não seria auto-refutável. Vejamos:

     (1)  A Escritura é a única regra infalível de Fé;
     (2)  Somente a Escritura pode dizer que a Escritura é a única regra infalível de fé.

Percebam que (1) é a definição de Sola Scriptura e (2) seria a forma como poderíamos identificar a regra de fé. Ocorre que (2) não é implicação necessária de (1). Se a Escritura não ensinasse a si mesma como a única regra infalível, isso implicaria que há outras regras infalíveis? Obviamente não.  É perfeitamente possível que não haja outras regras ainda que a Escritura não afirmasse isso.

Os apologistas romanos confundem o conteúdo da regra com o nosso conhecimento da regra. O conteúdo da regra é infalível, mas a base epistemológica sobre a qual identificamos a regra não precisa ser necessariamente infalível. Agora, haveria algumas formas em que a objeção católica seria válida. Se os protestantes afirmassem que a Escritura é única fonte de verdade (um espantalho muito usado em debates), seria auto-refutável. Ou se a própria Escritura estabelecesse outras regras infalíveis. A despeito das tentativas que utilizam textos como Mateus 16:18, a Escritura não aponta para outras regras infalíveis além de si mesma.

O apologista romano ainda poderia dizer “se tudo o que é necessário acreditar para ser salvo está na Escritura, logo o princípio reformado precisa estar contido na Escritura”. Mais uma vez, é um espantalho do ensino protestante. Os protestantes não afirmam que você precisa acreditar que a Escritura é a única regra infalível para ser salvo, mas que você precisa acreditar no evangelho que a Escritura apresenta sem adulterações. Por isso, não há nenhuma contradição. Deixe-me clarificar com um exemplo: Imagine que um norte-coreano que nunca ouviu falar no cristianismo encontre uma Bíblia perdida numa biblioteca qualquer, porém incompleta. Tudo o que ele tem é uma cópia do evangelho de João e o Antigo Testamento. Ele passa a lê-la ativamente e se sente atraído a acreditar naquele homem a quem chamam de Jesus Cristo. Ele é convertido em seu coração. Ele não tem noção sobre a existência de outros evangelhos e cartas, mas ali encontra as verdades do evangelho que são suficientes para salvá-lo (João 20:30-31). Esse homem dificilmente poderia saber que havia outros documentos, no entanto, creu nas verdades do evangelho e isso foi suficiente.

Não podemos deixar de mencionar o ônus da prova. Se de fato existe outra regra infalível de fé além da Escritura, cabe ao seu proponente evidenciá-la. Caso outras regras infalíveis não sejam estabelecidas, o protestante está racionalmente justificado em apelar somente a Escritura como autoridade inquestionável.

A objeção católica costuma ser apresentada de outra forma “A Sola Scriptura é auto-refutável pois não contém o cânon”. Antes de tudo, devo mencionar que os católicos desprezam a evidência interna e intertextual do cânon. A própria Escritura fornece os critérios pelos quais o cânon pode ser estabelecido. A objeção católica quanto ao cânon me parece hipócrita também, uma vez que supondo que houvesse na Escritura um livro que nos desse a lista do cânon, os romanistas continuariam afirmando “como você sabe que o livro que lista o cânon faz parte da Escritura?”. Isso se dá porque o objetivo da apologética católica é rebaixar a autoridade da Escritura de forma a elevar a autoridade de sua própria Igreja.

Em todo o caso, a objeção não prospera. O cânon não é uma doutrina necessária para a salvação. Meu exemplo do norte-coreano destaca esse ponto. Como já dito, o conteúdo da regra é infalível, mas o processo utilizado para identificar o conteúdo da regra não. R.C Sproul afirmou que os protestantes têm uma “lista falível de livros infalíveis”. Esse é o argumento. Há um conjunto de livros infalíveis inspirados por Deus, mas o processo pelo qual descobrimos quais livros são esses não é infalível.  Usando uma analogia do meu amigo Lucas Banzoli – o cânon é como um baú que contém o tesouro (no caso as doutrinas). O baú contém o tesouro, mas ele não é em si mesmo o tesouro. Da mesma forma, uma régua contém as medidas, mas não pode medir a si mesma. Por isso, não há nenhuma contradição entre sustentar a Sola Scriptura e utilizar fontes externas para identificar quais livros pertencem à Escritura.

Além do mais, esse argumento do cânon (como outros argumentos católicos) minam a própria posição romana. Uma regra elementar de um debate é que se o seu argumento pode ser utilizado contra você, não é um bom argumento. Se a Escritura é insuficiente por não conter a lista dos livros inspirados, o magistério também é insuficiente, pois não produziu a lista infalível das declarações ex-cathedra. Onde está a lista infalível com todas as tradições apostólicas? Simplesmente não há. O argumento que os católicos usam contra os protestantes implicaria que a regra de fé católica é insuficiente.

O argumento do cânon também é contrário ao testemunho histórico da Igreja Cristã. Eu poderia afirmar em conjunto com um bom número de historiadores e teólogos católicos que os Pais da Igreja defenderam a suficiência material da Escritura. Não foi até os séculos finais da idade média que a teoria das duas fontes (Escritura e Tradição como fontes independentes de revelação ganhou força). Teólogos medievais como Tomás de Aquino defenderam a suficiência material da Escritura (aqui). Atualmente, a maioria dos teólogos católicos aceita a suficiência material (aqui). O Cardeal Yves Congar escreveu:

(...) Podemos admitir Sola Scriptura no sentido de uma suficiência material das Escrituras canônicas. Isso significa que a Escritura contém, de uma forma ou de outra, todas as verdades necessárias para a salvação. Esta posição pode reivindicar o apoio de muitos Padres e teólogos primitivos. Tem sido e ainda é defendida por muitos teólogos modernos.  (Yves Congar, Tradição e Tradições, p. 410)

A partir disso, o católico pode apelar a mais um argumento “A Sola Scriptura oferece uma base epistemológica insuficiente”. Por isso, precisamos do magistério para definir infalivelmente o cânon. O católico estaria numa posição privilegiada. Eles podem ter certeza infalível, enquanto nós temas apenas o julgamento privado falível. A despeito de todos os problemas desse argumento já explorados em outros artigos, ele incorre numa falha fatal – se a Escritura é insuficiente para oferecer certeza epistemológica infalível, o magistério também é. Afinal, da mesma forma que alguém pode perguntar “como você sabe o que é ou não é palavra de Deus?” Nós perguntamos “como você sabe que sua Igreja é infalível”.  Para responder essa pergunta, o católico terá que ou apelar a um raciocínio circular (a igreja é infalível porque diz que é) ou a partir de um julgamento privado falível determinar se sua igreja é infalível. No fim do dia, todos nós dependemos de nosso julgamento falível para saber a verdade.

Certeza epistemológica infalível é algo que Deus não quis nos dar. Pense por um instante. Porque um magistério infalível que precisa ser acessado ou interpretado por julgamentos falíveis? Se esse fosse o propósito de Deus, ele faria algo melhor. Ele faria com que todos os cristãos fossem infalíveis. Todo o corpo de Cristo de forma uníssona e clara teria as mesmas opiniões e sustentaria as mesmas verdades. Não haveria espaço para interpretações discrepantes. No entanto, a Escritura e a história nos mostram que Deus em sua infinita sabedoria resolveu não trabalhar usando esse paradigma. Deus é capaz de realizar seu propósito se utilizando de criaturas falíveis como nós.

13 comentários:

  1. "Os católicos afirmam que a Sola Scritpura refuta a si mesmo pois a própria Escritura não ensina a ideia."

    Os católicos ao exigir isto estão a exigir uma justificação circular. Se a Sola Scriptura se baseasse na Escritura seria como dizer que a Escritura tem autoridade final porque a Escritura diz que tem. Seria circular e sem nenhum valor.

    O alcorão, por exemplo, também diz que foi revelado por Deus mas não é por isso que estabelecemos o alcorão como autoridade final...

    O princípio da Sola Scritura não se baseia no que a Escritura diz, mas na natureza da Escritura como Palavra de Deus, que é reconhecida independentemente da Escritura. Logo se a Escritura é Palavra de Deus tem automaticamente autoridade final.

    A este fundamento também pode acrescer a confiabilidade geral ímpar da Escritura que também é estabelecida independentemente da Escritura (a confiabilidade dos autores, o valor do testemunho ocular, etc)

    Outro tipo de argumentos circulares usados pelos católicos é, por exemplo, dizer que o Magistério da Igreja é infalível porque determinado concílio diz que é infalível, sendo que o concílio é o Magistério da Igreja.

    Ou dizer que a Bíblia tem autoridade porque a tradição da Igreja diz, sendo que a Bíblia é tradição da Igreja.

    Para uma instância ter autoridade tem que primeiro se lhe reconhecer autoridade independentemente do que essa instância diz sobre ela. Senão é uma autoridade fundada nela própria.

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  2. "Outro tipo de argumentos circulares usados pelos católicos é, por exemplo, dizer que o Magistério da Igreja é infalível porque determinado concílio diz que é infalível, sendo que o concílio é o Magistério da Igreja."

    A infalibilidade papal é exemplo por excelência. Essa doutrina foi estabelecida por um concílio, mas a infalibilidade do concílio depende da própria doutrina por ele estabelecida. Não há para onde correr, no fim do dia todos precisamos de nosso julgamento falível para determinar onde a verdade está. Por isso, boa parte dos argumentos católicos contra a Sola Scriptura são tão ruins. Eles estão tão preocupados em "refutar" o protestantismo que acabam refutando seu próprio sistema.

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  3. Outro argumento muito popular é que a Escritura não é suficiente porque não contém sua própria interpretação. Mas, nenhum texto pode conter sua própria interpretação. Dessa forma, o magistério também seria insuficiente.

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    1. Obviamente, os documentos do magistério precisam sempre ser interpretados pelos católicos falíveis.

      No fundo, tudo se resume a um processo de reconhecimento da verdade. A verdade é que é autoritativa, a verdade é que obriga moralmente.

      A Escritura tem autoridade porque as suas declarações são verdadeiras.
      A tradição extra-bíblica não tem autoridade porque o seu conteúdo é falso.

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  4. Querer que um livro sustente ele próprio, é como querer que um homem se sustente sobre os próprios ombros.

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    1. A Bíblia sustenta-se a si própria na medida em que é a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo.

      Curiosamente este é o mesmo fundamento que o Magistério da Igreja Romana dá para reconhecer a Bíblia como canónica, segundo o que o Concílio Vaticano I ensinou:

      "Ora, a Igreja os tem por sagrados e canónicos, não porque compostos só pela indústria humana, tenham sido depois aprovados por ela; nem somente porque contenham a revelação sem erro; mas porque escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor, e como tais foram transmitidos à própria Igreja." (Concílio Vaticano I, Sessão III de 24 de abril de 1870; Constituição dogmática sobre a fé católica, Capítulo 2, Da revelação; Denzinger # 1787; negrito acrescentado).

      Portanto nós, e a Igreja Romana, temos o mesmo fundamento para reconhecer os livros canónicos e a sua consequente autoridade.

      Claro que há sempre uns tolinhos, que seguindo a máquina de propaganda oficiosa romanista, leia-se "sites de apologética católica", os quais apenas disseminam o disparate e a confusão, que acham que tudo o que a classe dirigente da sua organização religiosa diz é verdade por definição, e ficam todos contentes com isso achando que têm uma base epistémica insuperável.

      Também podíamos declarar que tudo o que dizemos é verdade por definição, mas ainda não perdemos o juízo :)

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    2. Vocês confundem “Palavra de Deus” e “Sagradas escrituras”.
      A Palavra é Jesus Cristo que existe antes de todas as coisas, já as Escrituras são textos que contêm ensinamentos divinos e a história e acontecimentos do povo de Deus. Mesmo que as escrituras fossem única regra de fé, e contivesse todos os ensinamentos, ainda assim seria necessário compreender infalivelmente o que está escrito ali, para ser verdadeiramente palavra de Deus. As escrituras são textos, e esses textos precisam ser interpretados corretamente para ser palavra de Deus, se não, será apenas a opinião particular deturpada de cada indivíduo. Te pergunto, onde por exemplo a bíblia ensina claramente o significado do poder das chaves e os termos técnicos de “ligar e desligar” MT 16,19? Ou onde ela explica claramente sobre a Santíssima Trindade? Onde ela ensina claramente sobre a união hipostática de Cristo? Onde ensina claramente que o Domingo substituiu o sábado (Imagino que vc não seja adventista)? Como ela pode ser única regra de fé, se dentro dela não encontramos a integral explicação dessa fé? Como vc quer que a bíblia seja única regra de fé, sem conhecer a explicação do seu conteúdo pelos autores? Somente a igreja pela sucessão dos Bispos, é testemunha ocular do sacrifício de Cristo e de seus ensinamentos, somente ela guarda no depósito da fé o que realmente foi transmitido. A pessoa lê a bíblia sozinha, acha que entendeu alguma coisa, e pensa que aquilo que ela entendeu, é a palavra de Deus. Vc pode até não acreditar na explicação que a igreja da sobre as escrituras, mas querer impor a sua explicação como sendo a correta, de um conjunto de livros escritos a 2 mil anos atrás, do qual vc não ouviu a interpretação espiritual, é muita soberba. Todos os cristãos no mundo nunca vão ter o mesmo entendimento só porque leu a bíblia, isso abre espaço para o grande perigo do relativismo.

      Mas se vc confia que a igreja teve competência e autoridade infalível para reconhecer os livros sagrados no meio de centenas de livros supostamente inspirados, porque não confia que essa mesma igreja também reconhece os ensinamentos divinos transmitidos pela Sagrada Tradição? A igreja reconheceu os 27 livros inspirados do NT, mas não foi infalível para distinguir a Sagrada Tradição Cristã da tradição pagã? A Igreja foi capaz de reconhecer os livros, mas não é capaz de interpretar infalivelmente o que os textos dizem?

      Se vc me perguntar porque eu creio que os livros da bíblia são inspirados, e SOMENTE os que estão na bíblia (pois existia centenas), vou te responder, que creio neles porque a igreja diz que são inspirados. Logo, a igreja é quem sustenta e da garantia sobre o que está escrito, como bem disse Santo Agostinho.

      Vc disse: “A Bíblia sustenta-se a si própria na medida em que é a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo. “
      Sim, mas quem te garante por exemplo, que o evangelho de Mateus é um livro inspirado pelo Espírito Santo, e o evangelho de Madalena não é? Quem te garante que as cartas de Lucas são inspiradas e as cartas de Barnabé ou Clemente de Roma ou Inácio de Antioquia, não são? E quem te garante que a sua interpretação destes livros está correta? E o que tem haver os livros da bíblia serem inspirados pelo Espírito Santo, com ser “única regra de fé?
      Qualquer um pode escrever "Deus disse...”
      Qualquer um pode dizer que interpretou os textos bíblicos.
      Quem garante que está certo? Verdadeiro?
      Ter bíblia não significa que vc tenha palavra de Deus. Muitos foram os que se perderam e levantaram heresia a partir da própria bíblia. Por isso Sem Igreja = Sem palavra de Deus.

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    3. Você acabou de cometer um suicídio epistemológico, pois todo o seu ceticismo cartesiano derruba o seu próprio paradigma. Como você estabelece em primeiro lugar que o magistério da sua Igreja é a voz autorizada da verdade, se você não confia no seu próprio discernimento falível?

      Na verdade, o que você defende aqui é um niilismo filosófico aparentemente salvo in extremis pelo magistério da sua igreja. Mas o magistério da sua igreja não pode ser estabelecido simplesmente ex cathedra. Ele precisa ser validado por você. Mas você não o pode validar porque precisamente primeiro postulou uma posição niilista - a impossibilidade de chegar a algum conhecimento da verdade - então você não tem como admitir nada como verdadeiro.

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  5. Vocês confundem “Palavra de Deus” e “Sagradas escrituras”.

    PELO VISTO ATANÁSIO DE ALEXANDRIA TAMBÉM:

    Mais outra

    “Mas já que a Sagrada Escritura é EM TODAS AS COISAS MAIS QUE SUFICIENTE PARA NÓS, recomendo àqueles que desejam saber mais sobre esses assuntos que leiam A PALAVRA DIVINA."

    (Atanásio, aos Bispos egípcios e líbios, 4)

    ATANÁSIO ERA PROTESTANTE?

    A Palavra é Jesus Cristo que existe antes de todas as coisas, já as Escrituras são textos que contêm ensinamentos divinos e a história e acontecimentos do povo de Deus.

    SE DIZEM DETENTORES DOS ENSINOS DOS APÓSTOLOS MAS NÃO SABEM QUE A BÍBLIA DIFERENCIA CRISTO, O LOGOS, O VERBO VIVO - João 1:1,14 - DO GRAPHÊS, A ESCRITURA SAGRADA - Romanos 15:4. AMBOS SÃO PALAVRA DE DEUS, SENDO QUE O PRIMEIRO É UMA PESSOA E O SEGUNDO É UM LIVRO.

    Mesmo que as escrituras fossem única regra de fé, e contivesse todos os ensinamentos, ainda assim seria necessário compreender infalivelmente o que está escrito ali, para ser verdadeiramente palavra de Deus. As escrituras são textos, e esses textos precisam ser interpretados corretamente para ser palavra de Deus, se não, será apenas a opinião particular deturpada de cada indivíduo.

    EIS A QUESTÃO. SEU CATECISMO DIZ NOS PARÁGRAFOS 85 E 100 AS SEGUINTES E ATREVIDAS PALAVRAS:

    85 "O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo", isto é, foi confiado aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma.

    100 O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi confiado exclusivamente ao Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele.

    POR CONSEGUINTE, SÓ ROMA E SEU MAGISTÉRIO POSSUEM A INTERPRETAÇÃO REAL DA BÍBLIA. AÍ EU TE PERGUNTO:

    1- QUEM DISSE ISSO ALÉM DELA PRÓPRIA?

    2- QUAIS AS PROVAS DISSO - A DESPEITO DAS INCONTÁVEIS EVIDÊNCIAS CONTRÁRIAS?

    RESPONDE AÍ.

    " Te pergunto, onde por exemplo a bíblia ensina claramente o significado do poder das chaves e os termos técnicos de “ligar e desligar” MT 16,19?"

    Mateus 18.18

    "Ou onde ela explica claramente sobre a Santíssima Trindade?"

    Mateus 3:13-17, Mateus 28:19, 2 Coríntios 13:13, I João 5:7

    "Onde ela ensina claramente sobre a união hipostática de Cristo?"

    João 1:1,14

    Onde ensina claramente que o Domingo substituiu o sábado (Imagino que vc não seja adventista)?

    ISSO É MAIS UM COSTUME DO QUE UMA DOUTRINA PROPRIAMENTE DITA. VISTO QUE EMBORA O ARGUMENTO SEJA QUE JESUS RESSUSCITOU NUM DOMINGO, NEM ELE NEM OS APÓSTOLOS NOS OBRIGARAM A GUARDAR DIA ALGUM.

    Como ela pode ser única regra de fé, se dentro dela não encontramos a integral explicação dessa fé?

    ENCONTRAMOS SIM, VOCÊ E SEUS CORRELIGIONÁRIOS É QUEM QUEREM COLOCAR A BÍBLIA COMO SUBPRODUTO DA IGREJA DE ROMA, PRENDENDO A MESMA NO CABRESTO DO EXCLUSIVISMO HERMENÊUTICO DA SUA RELIGIÃO. SE APRECIASSEM O LIVRE EXAME SABERIAM DISSO, MAS NÃO É ESSE O CASO.

    Como vc quer que a bíblia seja única regra de fé, sem conhecer a explicação do seu conteúdo pelos autores?

    A QUESTÃO PRIMORDIAL É:

    QUEM ESTÁ EXPLICANDO A BÍBLIA A ESTÁ EXPLICANDO CORRETAMENTE?

    QUANDO PERGUNTO ISSO ME REFIRO AO SEU MAGISTÉRIO. VISTO QUE POR MAIS QUE VOCÊ NÃO QUEIRA ADMITIR, ELES DIVERGEM NUMA PORRADA DE COISA. NEM MESMO OS PAIS PRIMITIVOS TINHAM UMA LINHA UNIFORME E INVARIADA DE RACIOCÍNIO, SE CONTRADIZENDO EM VÁRIOS PONTOS, SENDO A BÍBLIA O ÁRBITRO DOS MESMOS. ISSO É NINGUÉM MENOS QUE AGOSTINHO DE HIPONA QUEM APOIA.


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  6. Somente a igreja pela sucessão dos Bispos, é testemunha ocular do sacrifício de Cristo e de seus ensinamentos, somente ela guarda no depósito da fé o que realmente foi transmitido.

    QUAL IGREJA? A SUA? OLHA, SE SUA RELIGIÃO DEPENDE DE SUCESSÃO DE BISPOS PARA SER PORTADORA DA HERMENÊUTICA CORRETA DA BÍBLIA, VAI TER QUE PROCURAR OUTRA PRERROGATIVA, POIS HISTÓRICA E BIBLICAMENTE, ISSO SUA IGREJA NÃO TEM.

    LANÇO ENTÃO UM DESAFIO, QUE ATÉ HOJE NENHUM CATÓLICO CONSEGUIU CUMPRIR:

    TRAGA A RELAÇÃO COMPLETA DOS ENSINOS DOS APÓSTOLOS QUE SUA RELIGIÃO HERDOU DELES, PARA QUE NOS CONVENÇA QUE A DOGMÁTICA DE ROMA É DE RAIZ APOSTÓLICA.

    MAS...

    1- NÃO PODE USAR A BÍBLIA (AFINAL, NEM TUDO ESTÁ NA BÍBLIA NÉ ASSIM?)

    2- NÃO PODE ENTRAR EM CONTRADIÇÃO COM ELA NUMA VÍRGULA QUE SEJA

    3- TEM QUE PROVAR QUE OS APÓSTOLOS A PROFERIRAM

    E ISSO ABRE ESPAÇO PRA MAIS 5 ITENS:

    1- QUEM DISSE - É PRECISO SABER O AUTOR DA CITAÇÃO

    2- O QUE DISSE - É PRECISO SABER O CONTEÚDO DA CITAÇÃO

    3- PRA QUEM DISSE - É PRECISO SABER O INTERLOCUTOR OU INTERLOCUTORES DA CITAÇÃO, SE UMA PESSOA OU COMUNIDADE

    4- QUANDO DISSE - DATA PRECISA OU APROXIMADA DA CITAÇÃO

    5- PROVAS OBJETIVAS CABAIS E IRREFUTÁVEIS DE QUE TAIS PALAVRAS SAÍRAM REALMENTE DA BOCA DOS APÓSTOLOS.

    QUER TENTAR?

    A pessoa lê a bíblia sozinha, acha que entendeu alguma coisa, e pensa que aquilo que ela entendeu, é a palavra de Deus.

    NÃO CONFUNDA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA COM LIVRE INTERPRETAÇÃO. UMA COISA NÃO É OUTRA.

    Vc pode até não acreditar na explicação que a igreja da sobre as escrituras, mas querer impor a sua explicação como sendo a correta, de um conjunto de livros escritos a 2 mil anos atrás, do qual vc não ouviu a interpretação espiritual, é muita soberba.

    ORA, MAS NÃO É EXATAMENTE ISSO QUE SUA RELIGIÃO FEZ? TÁ ALI SEU CATECISMO QUE NÃO NOS DEIXA MENTIR!

    Todos os cristãos no mundo nunca vão ter o mesmo entendimento só porque leu a bíblia, isso abre espaço para o grande perigo do relativismo.

    ENTÃO NÓS DIGA QUAL RELIGIÃO POSSUI A HERMENÊUTICA CORRETA DA BÍBLIA E ESSE DEBATE ACABA AQUI.

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  7. Mas a escritura é ou não é Palavra de Deus? Pois segundo o anonimo a Palavra de Deus é Jesus, mas a escritura quando é interpretada correctamente tambem se torna a Palavra de Deus, logo a interptretação correcta da escritura se transforma em Jesus?

    O proprio Magisterio Catolico em seu catecismo rejeita esta objeção, Pois chama a escritura de Palavra de Deus escrira (Rhema), Logo este argumento dos Catolicos Romanos é incongruente,nós os protestantes sabemos decor a diferença entre o logos e Rhema, nenhum protestante diz que a escrituras é o Logos de Deus mas a Rhema.

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  8. As minhas Perguntas vai para este apologista católico:Qual é a Palavra escrita que o CIC 85 se refere?
    Mateus 16:18-19 é Palavra de Deus?
    João 13:34-36 é Palavra de Deus?

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    1. Mário,

      Os católicos utilizam uma falsa dicotomia. Se Cristo é a palavra de Deus, a Escritura não pode ser. Um raciocínio risível.

      O fato é que o único registro infalível dos ensinos de Cristo é o que temos na Escritura. Não temos acesso a mente de Cristo e ele não costuma vir tomar café aqui em casa para me responder algumas perguntas.

      Dessa forma, ficamos com a sua palavra escrita.

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